30 abril 2009

Da série da minha selecção de singles - IV

Guardo com algum carinho o album "Once upon a time", dos Simple Minds, por me ter sido oferecido pelo José Duarte - a quem roubo esporadicamente o termo "ouver" - no meu aniversário de 1985 (ano do lançamento deste album). Este é um dos incontornáveis temas que nele se apresentam:



Dez anos mais tarde, e sem perder o dom, lançaram este vídeo clip, que considero a todos os níveis notável, muito bom mesmo. Dir-se-ia que fiquei completamente hypnotised!...



Aproximadamente dez anos mais tarde pude vê-los ao vivo - adivinhem onde??? - aqui:

http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=578

27 abril 2009

ESTRELA DA TARDE - Ary dos Santos

É um dos poemas que muito admiro do Ary dos Santos e que ficou perpetuado pela voz de Carlos do Carmo. Todavia, para quem gosta de poesia, uma leitura das palavras ajuda a não diluir a sua beleza na música, ainda que a mesma seja excelente.




Estrela da Tarde

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe no beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me aconteceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!

José Carlos Ary dos Santos

25 abril 2009

Porque o passado é o presente!!!

Olhando para tudo o que nos rodeia, 3 décadas depois, não há musica melhor adaptada à realidade portuguesa.
Simplesmente levámos algum tempo a adoptar a ditadura camuflada de democracia ao velho estilo americano da CIA. Nunca digas, num país que teve uma revolução de esquerda, que se honra dos seus valores democráticos, que és apenas peão na engrenagem da monstruosa fabrica, um instrumento do sistema. É muito mais difícil combater uma ditadura que não se afirma como esta onde vivemos, sem igualdade, sem justiça, sem liberdade.
Até a ultima arma legitima que te resta a propaganda do sistema desvaloriza para que não a uses. Não te esqueças disso. VOTA.

Abraçetes

Para que a memória perdure!!

Para que todos os que nos visitam não se esqueçam que houve um dia necessidade de contrariar o sistema!!!

E Depois do Adeus

Para mim, há sempre uma canção que marcou determinado momento da minha vida, para além de outras sensações ou recordações.

Para Portugal também houve. Há 35 anos, neste dia, a canção “E Depois do Adeus” conferiu o sinal de que este país estava pronto para ter um “Depois”. Assinalou, de forma indelével, um grande momento da História de Portugal. E esta canção será sempre assim recordada.

Para além disso, e porque gosto da mesma, independentemente do seu significado histórico, não quero deixar de lembrar grandes poetas, como o Ary dos Santos, o José Nisa, o Zeca Afonso, e outros, que compuseram letras de uma qualidade inquestionável.




E Depois do Adeus

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...

E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós

José Niza

10 abril 2009

Da série da minha selecção de singles - III

Este single levou-me a comprar o LP (palavra infelizmente em vias de extinção) e foi, sem dúvida, um dos temas responsáveis pela minha introdução na música pop dos anos 80.



E este era o meu outro single preferido dos "Men at work":

Da série da minha selecção de singles - II

Esta foi das tais que, assim que saiu, ouvi - na aparelhagem Technics do meu pai e em formato de cassette- até à exaustão!... Quando a fita (da cassette) ficou com aspecto de serpentina em final de festa de passagem de ano, não voltei a ouvi-la, pela minha mão, até a ter descarregado, pela internet, aproximadamente duas décadas mais tarde.

02 abril 2009

As garrafas das nossas vidas


mORDiLLo

lIFE - kapa


LIFE, April 6, 1942

As the first war in which superior air power frequently spelled the difference between victory and defeat during major battles, WWII introduced us to now-iconic aircraft like the Flying Tiger, the Japanese Zero, and the venerable B-17 Flying Fortress (pictured: a B-17 tail gunner), so called because of its ability to often get crews home to safety even after being shot nearly to pieces.

Photo: Frank Scherschel/Time & Life Pictures