Independentemente das voltas que deu pelo mundo fora, mas especialmente dentro da América do Norte (EUA), o jazz, absorveu culturas antes de se tornar cultura. Aliás, não é, de todo, novidade alguma que o mesmo se aplica a tantas outras coisas que nos rodeiam.
Mas, no que respeita ao jazz, a matriz, porém, é negra, mais precisamente afro-americana. Sublinho afro de ÁFRICA! Nada de novo até aqui e (para dizer a verdade) nada de novo daqui para a frente... Tento apenas cumprir a minha função de mero divulgador de jazz neste magnífico blog!... E, neste papel, é com enorme prazer que vos trago aqui hoje uma das formas mais marcantes de ouvir e sentir África através do Jazz (Africazz!), com: Nina Simone!
Nina Simone é uma compositora, pianista e cantora sobejamente conhecida e muito embora seja facilmente identificável por um ou outro tema que a celebrizaram (como "My baby just cares for me"), eu gostaria de realçar o aspecto que sempre me marcou desta extraordinária mulher: A negra que, através da música, tão bem soube transportar a carga emocional dos africanos, feitos escravos, na América.
Quando ouço Nina Simone - voz e piano - faço-o com o mesmo estado de consciência com que observo um iceberg: O que está abaixo da superfície é parte integrante do corpo e é o que suporta a pequena porção que está à mostra, como tal é a sua razão de ser!
Assim temos (à mostra) o jazz, gospel, blues, soul, R&B, e até pop music(!) e música clássica (reparem em alguns dos solos de piano)! Mas acima de tudo temos aquilo que jamais esqueceremos: A profunda e sentida voz do cantar negro, do escravo negro, filho de África.
África, por sua vez, é tão somente quase tudo neste contexto: É todo o imenso corpo imerso que carrega a pequena porção que está à mostra.
No próximo "Da Série do Jazz que não chegou ao AngraJazz, por isso vamos "ouvê-lo" aqui, no Mangas!" vamos continuar no Africazz e prometo que não só não vamos descer de qualidade(!) como até irei apresentar uma forma de Africazz ainda mais genuína!
Até lá!
6 comentários:
De facto, depois da Nina, só podemos mesmo descer de qualidade... Mas de facto a Nina e o tema "My baby just cares for me" misturam-se mas, a meu ver, é a música perfeita para esta voz linda.
SK, antes de mais quero dizer-te que aprecio muito a forma como escreves. Fico deliciada a ler as tuas narrações, muito bem escritas, excelentemente descritivas, cheias de imagens, transbordando, muito subtilmente, emoção, sentimento, o que permite chegar sempre mais longe e imaginar. E o grande poder da escrita é este, também!
Em relação ao Jazz, para além dos músicos e cantores que marcaram sua a existência, não sou grande conhecedora do panorama actual, em termos de nomes. Mas aprecio, quando não é muito “erudito”. E a Nina Simone encaixa-se, nestes parâmetros.
Gostei muito de ouvi-la cantar e tocar (lindamente) “Ne Me Quitte Pas”.
Wellcome back home, daqui não consigo abrir os teus posts, mais tarde direi qqer coisa. É sempre um regresso.Abraçete
Olá Grazie,
Muito obrigado pelas amáveis palavras.
Quanto ao "erudito": No worries! Aqui estamos na mesma onda!
Olá SK,
É sincera a apreciação que fiz. Sempre assim o achei, apenas não tinha tido ainda oportunidade de o dizer-te (mesmo em outros tempos mais conturbados!!!...já notava ... mas ficava irritada!!!...). É o poder da escrita, quando bem usado!
Como fazes muito bem a inserção das peças que apresentas, despertas a curiosidade, no sentido de eu querer saber mais acerca do tema, o que vai de encontro ao meu perfil.
Fico a aguardar a próxima.
Boa escolha dos três temas
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