25 abril 2009

E Depois do Adeus

Para mim, há sempre uma canção que marcou determinado momento da minha vida, para além de outras sensações ou recordações.

Para Portugal também houve. Há 35 anos, neste dia, a canção “E Depois do Adeus” conferiu o sinal de que este país estava pronto para ter um “Depois”. Assinalou, de forma indelével, um grande momento da História de Portugal. E esta canção será sempre assim recordada.

Para além disso, e porque gosto da mesma, independentemente do seu significado histórico, não quero deixar de lembrar grandes poetas, como o Ary dos Santos, o José Nisa, o Zeca Afonso, e outros, que compuseram letras de uma qualidade inquestionável.




E Depois do Adeus

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...

E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós

José Niza

14 comentários:

Atlante disse...

Bravo, Graciete, Bravo!!!
Uma canção linda. Uma canção inesquecível. Um adeus que significa inicio.
Abracetes

Graciete disse...

Obrigada. Também acho uma canção lindíssima...
Bjs

Jorge Carvalho disse...

Grace,
depois do Adeus fica a saudade e se a canção é fantástica e deixa saudade, os tempos que se seguiram a mim em nada me orgulham pois é agora que nós nos encontramos nesta merda de país!
Salazar era mau (?), talvez...estes são o quê? Salazar mandava matar (?), estes matam esperanças a gerações presentes e vindouras; salazar aprisionava ideias (?) estes aprisionam alegrias e vidas melhores...
que se lixe o 25 de Abril e quem o encenou!
Viva a canção, viva a canção!
Rabiçais

FLA disse...

Apesar de tudo, o que teria sido melhor e acabaria por acontecer, seria uma transição gradual, sem PRECs com nacionalização de bens e reforma agrária; custou-nos mais de dez anos de atraso. E que tal um Federalismo Libertário? Ou então uma Monarquia Constitucionalista?

Graciete disse...

Jorge, que bom ver-te entre colegas e amigos.
A canção, como sabes, não foi composta para a Revolução do 25 de Abril!
Concordo contigo quando dizes que depois do adeus ficam as saudades! Palavra que, enquanto portuguesa, me orgulho de a ter na minha língua, e que, com dificuldade, já a tive de explicar a alguns colegas ingleses, mas que a acharam uma palavra lindíssima.

Compreendo perfeitamente a tua revolta. Também me sinto pouco orgulhosa, neste momento, de pertencer a um país em que a classe que me mais contribui para o seu desenvolvimento, é a que é mais sacrificada! Obviamente que me faz pensar, porque lutamos tanto no dia-a-dia, quando nos são postas tantas dificuldades e quando, ainda por cima, é de nós que esperam e nos tiram o maior contributo?!
Somos nós os sacrificados, não tenho qualquer dúvida, e isso também me entristece e me faz questionar, em alguns momentos, porquê lutar, quando vejo que quem não teve essa atitude na vida, está feliz e contente, sem preocupações, e com dávidas em troco de nada!
Muitas são as situações de injustiça, e para tal, basta só lembrar os nossos reformados, que tanto lutaram e não tiveram a sorte de ter quem os reconheça como uma valiosa mais valia no equilíbrio da nossa sociedade, enquanto presente e futuro, como pedras basilares que são, quer na transmissão de valores, quer na sabedoria das suas vidaa recheadas de vivências e de experiências...

E a liberdade de informação e de expressão? Ao que parece, também não anda de boa saúde. Leva-se aos tribunais quem está do contra! Não, a revolução do “25 de Abril” não foi efectuada com esta intenção! Estamos a retroceder? Não sei, muito sinceramente.
E as decisões (políticas) que são tomadas em prol dos actos eleitorais, dos Senhores não sei das quantas, e que, por acaso, até têm mais (menos) valor que eu (e todos nós), e que fazem? O que eu e todos vós não fazemos, certamente!...
Já assisti a “encostarem” bons técnicos, por estes tratarem todos por igual (ignorando a “conotação” dos apelidos!). Resultado … saíram os técnicos, livremente obrigados, e o resto … se não piorou, manteve-se!
E quantas vezes as questões técnicas são atropeladas por questões políticas?
Quem trabalha no terreno, e quem realmente sabe, também sabe que, infelizmente, às vezes, talvez vezes demais, assim acontece!

Contudo, se não tivesse ocorrido o 25 de Abril, não estaria aqui a expressar-me. E quanto vale isto? Não tem valor, seguramente.

Mas a canção é realmente muito bonita, e que viva a mesma pela sua grande qualidade! E o resto ... que se lixe ... porque não merecem a minha consideração!!!

Graciete disse...

FLA, não sei o que teria sido melhor!
Mas que se cometeram muitos erros, não tenho qualquer dúvida, e que as constantes mudanças de governos, que contribuiram para o atraso deste país, também não vaci-lo em dizê-lo.

Anónimo disse...

Não têm mais nada para fazer às 3 da manhã!..........

GMT disse...

O Blog está com a hora de Bruxelas, por isso é uma questão de fazer as contas.

Vanessa que devia ser Maria Albertina disse...

Há ainda quem não saiba que existe tanta coisa boa para fazer à 1, às 2, às 3,..., horas da manhã ... tal como há nas outras horas que o dia tem!...

Tantas horas boas perdidas!...

Falta de talento, engenho, arte e imaginação?!?!

GMT disse...

Como por exemplo: não visitar o Mangas às 12:05 PM e 14:05 PM (GMT + 1)

GMT disse...

errata: onde se lê 14:05 PM, deve ler-se 2:05 PM

SK disse...

Esta é a canção de eleição!

Grazie: Penso que bateste o recorde do post mais comprido! Bom, por sinal!

Graciete disse...

Também acho que a canção é linda.
Quanto ao post mais comprido...não foi proprositado!

Sea Weed disse...

GMT: Não quererás dizer 2:05 a.m.?

Concordo inteiramente com a Graciete e Rabiçais, porque também a mim me intristece este país, ou melhor, os políticos e o modo como o têm (des)governado...