Para mim, há sempre uma canção que marcou determinado momento da minha vida, para além de outras sensações ou recordações.
Para Portugal também houve. Há 35 anos, neste dia, a canção “E Depois do Adeus” conferiu o sinal de que este país estava pronto para ter um “Depois”. Assinalou, de forma indelével, um grande momento da História de Portugal. E esta canção será sempre assim recordada.
Para além disso, e porque gosto da mesma, independentemente do seu significado histórico, não quero deixar de lembrar grandes poetas, como o Ary dos Santos, o José Nisa, o Zeca Afonso, e outros, que compuseram letras de uma qualidade inquestionável.
E Depois do Adeus
Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós
José Niza
14 comentários:
Bravo, Graciete, Bravo!!!
Uma canção linda. Uma canção inesquecível. Um adeus que significa inicio.
Abracetes
Obrigada. Também acho uma canção lindíssima...
Bjs
Grace,
depois do Adeus fica a saudade e se a canção é fantástica e deixa saudade, os tempos que se seguiram a mim em nada me orgulham pois é agora que nós nos encontramos nesta merda de país!
Salazar era mau (?), talvez...estes são o quê? Salazar mandava matar (?), estes matam esperanças a gerações presentes e vindouras; salazar aprisionava ideias (?) estes aprisionam alegrias e vidas melhores...
que se lixe o 25 de Abril e quem o encenou!
Viva a canção, viva a canção!
Rabiçais
Apesar de tudo, o que teria sido melhor e acabaria por acontecer, seria uma transição gradual, sem PRECs com nacionalização de bens e reforma agrária; custou-nos mais de dez anos de atraso. E que tal um Federalismo Libertário? Ou então uma Monarquia Constitucionalista?
Jorge, que bom ver-te entre colegas e amigos.
A canção, como sabes, não foi composta para a Revolução do 25 de Abril!
Concordo contigo quando dizes que depois do adeus ficam as saudades! Palavra que, enquanto portuguesa, me orgulho de a ter na minha língua, e que, com dificuldade, já a tive de explicar a alguns colegas ingleses, mas que a acharam uma palavra lindíssima.
Compreendo perfeitamente a tua revolta. Também me sinto pouco orgulhosa, neste momento, de pertencer a um país em que a classe que me mais contribui para o seu desenvolvimento, é a que é mais sacrificada! Obviamente que me faz pensar, porque lutamos tanto no dia-a-dia, quando nos são postas tantas dificuldades e quando, ainda por cima, é de nós que esperam e nos tiram o maior contributo?!
Somos nós os sacrificados, não tenho qualquer dúvida, e isso também me entristece e me faz questionar, em alguns momentos, porquê lutar, quando vejo que quem não teve essa atitude na vida, está feliz e contente, sem preocupações, e com dávidas em troco de nada!
Muitas são as situações de injustiça, e para tal, basta só lembrar os nossos reformados, que tanto lutaram e não tiveram a sorte de ter quem os reconheça como uma valiosa mais valia no equilíbrio da nossa sociedade, enquanto presente e futuro, como pedras basilares que são, quer na transmissão de valores, quer na sabedoria das suas vidaa recheadas de vivências e de experiências...
E a liberdade de informação e de expressão? Ao que parece, também não anda de boa saúde. Leva-se aos tribunais quem está do contra! Não, a revolução do “25 de Abril” não foi efectuada com esta intenção! Estamos a retroceder? Não sei, muito sinceramente.
E as decisões (políticas) que são tomadas em prol dos actos eleitorais, dos Senhores não sei das quantas, e que, por acaso, até têm mais (menos) valor que eu (e todos nós), e que fazem? O que eu e todos vós não fazemos, certamente!...
Já assisti a “encostarem” bons técnicos, por estes tratarem todos por igual (ignorando a “conotação” dos apelidos!). Resultado … saíram os técnicos, livremente obrigados, e o resto … se não piorou, manteve-se!
E quantas vezes as questões técnicas são atropeladas por questões políticas?
Quem trabalha no terreno, e quem realmente sabe, também sabe que, infelizmente, às vezes, talvez vezes demais, assim acontece!
Contudo, se não tivesse ocorrido o 25 de Abril, não estaria aqui a expressar-me. E quanto vale isto? Não tem valor, seguramente.
Mas a canção é realmente muito bonita, e que viva a mesma pela sua grande qualidade! E o resto ... que se lixe ... porque não merecem a minha consideração!!!
FLA, não sei o que teria sido melhor!
Mas que se cometeram muitos erros, não tenho qualquer dúvida, e que as constantes mudanças de governos, que contribuiram para o atraso deste país, também não vaci-lo em dizê-lo.
Não têm mais nada para fazer às 3 da manhã!..........
O Blog está com a hora de Bruxelas, por isso é uma questão de fazer as contas.
Há ainda quem não saiba que existe tanta coisa boa para fazer à 1, às 2, às 3,..., horas da manhã ... tal como há nas outras horas que o dia tem!...
Tantas horas boas perdidas!...
Falta de talento, engenho, arte e imaginação?!?!
Como por exemplo: não visitar o Mangas às 12:05 PM e 14:05 PM (GMT + 1)
errata: onde se lê 14:05 PM, deve ler-se 2:05 PM
Esta é a canção de eleição!
Grazie: Penso que bateste o recorde do post mais comprido! Bom, por sinal!
Também acho que a canção é linda.
Quanto ao post mais comprido...não foi proprositado!
GMT: Não quererás dizer 2:05 a.m.?
Concordo inteiramente com a Graciete e Rabiçais, porque também a mim me intristece este país, ou melhor, os políticos e o modo como o têm (des)governado...
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