21 dezembro 2008

Behind The Scenes I


Um Mercedes Benz 240D 3.0, de 1977 e cor de "cocó brilhante", é desembarcado de um porta-contentores no Porto da Praia...

O seu novo e orgulhoso dono está ancioso por experimentá-lo nas estradas, caminhos e canadas da Terceira! Telefonema para aqui, telefonema para ali e o roteiro de testes ao bólide a definir-se rapidamente sob a forma de uma espécie de rali das tascas. Acto contínuo e passou-se de imediato à execução: Meia-bola no Girassol, no Cabo da Praia, uns torresmos (a escorrer de gordura) para forrar o estômago - porque a noite vai ser longa!...-, mais uma bola para cortar a gordura já ingerida e siga o 1º troço: Via rápida (ou recta), warp speed (180km/h), trepidação qb, mas passa o teste. Operação STOP(!!!): "Está tudo bem, pode seguir!". Entrada em Angra por Santa Luzia para testar os travões no fim da descida - Passou o teste e não nos esmerdámos na casa que fica no fim da descida e que marca uma curva a 90º à esquerda. Teste de amortecedores nos paralelepípedos do Alto das Covas, seguido de paragem obrigatória no Moka para beber umas frescas e limpar o pó da garganta. 2º troço: Teste de aceleração na Rua dos Canos Verdes e nova paragem para petiscar umas moelas, com muito molho, na Cervejaria. Muitas frescas para não deixar secar as borrachas das bombas e siga!... A partir daqui tornou-se imperioso introduzir mais intervenientes na história, até porque para efectuar um teste completo assim teria de ser. Foi então, e por ordem que a minha memória já não me permite descrever de forma precisa, que vários pilotos de teste se juntaram à Odisseia: o Tó Pê, o Dudu, o Ginga - sob o olhar esbugalhado dos demais e sob os constantes avisos: "O Ginga também?!?!?!?.... Tens a certeza?", de imediato retorquido: "Sim, O Ginga, claro que sim!!!" -, o Zocas e o Fred (que ficou com o carro no final da noite (ou manhã) por ser o único que ainda discernia!). Foram vários troços dos quais só retive escassos momentos de puro divertimento - Frases e "flashes" perdidos ecoam na minha memória-, e que culminaram num jantar de veteranos na Casa de Pasto do Posto Santo. Aqui a coisa piorou e muito!!! Só me lembro, depois do jantar e encostados ao balcão do mesmo estabelecimento, ver o Dudu impingir-me e aos demais um sumo para limpar a tripa. Da forma como ele o virou, para mim, não restavam dúvidas que era mesmo sumo, pelo que pedi dois e os virei de imediato e sem respirar entre ambos! Técnica essencial para não fraquejar num momento de tamanha fragilidade!... Eram fogo líquido!!!!

Pausa!... Finalmente uma pausa para respirar fundo............. Tudo firme? Siga para a Festa dos Cortes!!!

Entrada apoteótica que ficou para os anais da história do DCA, com o "cocó brilhante" (assim ficou conhecido o bom velho mobile) em puro e perfeito slide, de mais de 50 metros (!) até ao único lugar de estacionamento disponível, entre dois carros: Uma parábola perfeita em derrapagem que formou uma nuvem de poeira que rapidamente abraçou o recinto!

Este é o único registo dessa noite magnífica. O momento em que um dos pilotos de teste explica a umas jovens caloiras que as manchas coloridas dos seus rostos e cabelos não eram provenientes da poeirada levantada pelo "cocó brilhante", pois a bagacina existente no recinto não era da mesma tonalidade e, como também não existia enxofre no local, as tonalidades de amarelo só poderiam ter surgido de outra forma. Vá-se lá saber como, mas elas acreditaram na explicação!...

5 comentários:

fataça disse...

Bem hajas Sandokan,
Fantástica introdução do Mercedes às canadas terceirenses.
Mas o magnifico bólide não ficou por aí.
Deixo para ti, se quiseres, em jeito de "The Sequel", a descrição do assalto ao barril em plenas sanjoaninas.
Mudam os actores mas mantém-se o espirito.
Aliás como me disseste, está registado em imagens.

Outro assunto, tenho fotos a publicar brevemente da volta à ilha no Cessna "CS-DBF (Charlie Sierra - Delta Bravo Foxtrot)". Tudo começou com o recolher da tripulação na Rua Diogo de Teive nº 19, cedo bem cedo, transfer efectuado de Mercedes cor de "cocó brilhante" para as Lajes.
Tripulação:
Sandokan, Bzigrólio, Escabeche, Fataça.

Aquele abraçinho
Chicharro

debade disse...

Ahhhhhhhhhh, o assalto foi grandioso ! não falhou nada, tudo ao pormenor. E se bem me lembro o Cócó morreu nas bombas da Azoria na recta com problemas graves de coração, isto é cilindros e valvulas ?

Anónimo disse...

Ai a PDI... O protagonista do Assalto foi outro: Uma fabulosa viatura, com um requinte à 007-mobile, que o fazia rastejar e passar despercebido aos mais atentos olhares...

Por sua vez, o famoso popó que morreu (de paragem cardiovascular) nas bombas de gasolina foi o Renault 5, escassamente azul (e que debotava quando chovia), cuja carroçaria era composta essencialmente por massa de ferro e apenas com uns restícios de chapa... Um daqueles carros que fez história (e tantas que ele tinha para contar!); sem dúvida o que mais espírito (DCA??? Não!...) tinha e o que mais me marcou naquela época. Um portento!

fataça disse...

PDI, PDI
Era um BX rastejante. Confirmação na reunião Mangas de hoje.

Anónimo disse...

Ora aí está! Só lá devem ter chegado depois de umas quantas frescas, não?!...